O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua referentes ao primeiro trimestre de
2016 por regiões. A taxa de desocupação subiu em todas as grandes
regiões no primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período
de 2015: Nordeste (de 9,6% para 12,8%), Sudeste (de 8,0% para
11,4%), Norte (de 8,7% para 10,5%), Centro-Oeste (de 7,3% para
9,7%) e Sul (de 5,1% para 7,3%). No quarto trimestre de 2015, as
taxas foram 10,5% no Nordeste, 9,6% no Sudeste, 8,6% no Norte, 7,4%
no Centro-Oeste e 5,7% no Sul. Para o Brasil como um todo, no
primeiro trimestre de 2016, a taxa foi de 10,9%.
No primeiro trimestre, a taxa de desocupação por sexo foi de 9,5%
para os homens e 12,7% para as mulheres, com a maior diferença na
região Norte (5,4 p.p. maior para as mulheres) e a menor nas
regiões Sul e Sudeste (2,9 p.p. maior para as mulheres). Por nível
de instrução, a maior taxa de desocupação foi observada para
pessoas com ensino médio incompleto (20,4%). Para o grupo de
pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,3%
e com nível superior completo 5,9%. Por grupos de idade, a taxa de
desocupação da população de 18 a 24 anos foi de 24,1%, como mostra
o gráfico abaixo. Destaca-se a alta taxa de desocupação no Sudeste
para o grupo de 14 a 17 anos, a mais alta do Brasil por grupos de
idade.
Taxa
de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou
mais de idade, por grupos de idade, segundo as Grandes Regiões - 1º
trimestre de 2016
Fonte: IBGE
A população ocupada no primeiro trimestre de 2016 foi de 90,6
milhões, sendo composta por 67,9% de empregados, 4,1% de
empregadores, 25,6% de trabalhadores por conta própria e 2,4% de
trabalhadores familiares auxiliares.
O nível de ocupação ficou em 54,7% para o Brasil no período
analisado, com queda de 1,2 p.p. frente ao trimestre anterior
(55,9%) e queda de 1,4 p.p. em relação ao primeiro trimestre de
2015 (56,2%). A população fora da força de trabalho (não
trabalhavam nem procuravam trabalho) era composta em sua maioria
por mulheres e pessoas sem ensino fundamental concluído.
Apesar da grande variação regional, a publicação mostra que a piora
dos indicadores do mercado de trabalho se expressa também em termos
regionais. Em um cenário de mais cortes de investimento e gasto
público, bem como de ataque a programas sociais com grande
potencial de aquecimento da demanda, é difícil que o mercado de
trabalho se recupere no curto prazo. Além disso, uma recuperação se
daria em patamar diferente do observado nos anos 2000 no país, caso
sejam aprovadas reformas trabalhista e previdenciária no país,
jogando o ajuste para os trabalhadores.
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