terça-feira, 15 de março de 2016

BOLETIM DE POLÍTICA SOCIAL

Ano 4 - nº 286 - 15 de março de 2016

A desigualdade no trabalho doméstico não remunerado no Brasil
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) discute a inserção das mulheres no mundo do trabalho e aponta que grande parte do trabalho das mulheres é invisibilizado.
O estudo traz interessantes estatísticas sobre trabalho doméstico não remunerado no âmbito do domicílio, como “arrumar ou limpar toda ou parte da moradia; cozinhar ou preparar alimentos, passar roupa, lavar roupa ou louça, utilizando, ou não, aparelhos eletrodomésticos para executar estas tarefas para si ou para outro(s) morador(es); orientar ou dirigir trabalhadores domésticos na execução das tarefas domesticas; d) cuidar de filhos ou menores moradores; ou limpar o quintal ou terreno que circunda a residência”.
A partir desta definição, o estudo mostra que, em 2014, 90% das mulheres declararam realizar algum tipo de trabalho doméstico não remunerado e apenas 51% dos homens declararam algum envolvimento nestas atividades. As mulheres também apresentavam jornadas de trabalho doméstico muito mais extensas do que a deles (25,3 horas semanais, contra 10,9 horas), como mostra a tabela abaixo.
Média de horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos por sexo, segundo determinadas características pessoais ou dos domicílios – Brasil, 2014

É bastante comum o discurso de que mulheres trabalham menos horas do que os homens. No entanto, o estudo confirma que, se as mulheres têm jornadas de trabalho remuneradas menores do que as masculinas, ao se considerar o acúmulo de trabalho para o mercado e trabalho doméstico, é possível ver nitidamente a sobrecarga do trabalho feminino e a dupla jornada mais intensa para mulheres.
Para ler mais:
Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004-2014
leia mais


* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade da sua autora, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.

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