quinta-feira, 8 de outubro de 2015

FPA INFORMA: BOLETIM DE POLÍTICA SOCIAL

Dieese: 20 motivos para manter a valorização dos salários no Brasil
Documento lançado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na semana passada, elenca 20 motivos pelos quais os ganhos dos salários reais devem ser mantidos no Brasil.
O documento aponta que o cenário de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) e uma inflação mais alta que a média dos últimos anos têm tornado as negociações coletivas ainda mais difíceis: como já discutimos em boletins anteriores, o desempenho das negociações no primeiro semestre de 2015 foi o pior da série histórica pesquisada pelo Dieese desde 2004, o que coloca em risco as melhorias obtidas nos últimos anos.
Algumas das razões para a manutenção dos ganhos salariais dadas no documento são as seguintes:
1. Os salários no Brasil são efetivamente muito baixos e o peso da despesa com pessoal no custo total das empresas, de modo geral, é baixo (especialmente para as grandes empresas);
2. Nem todos os setores estão em crise, e os impactos desta são muito diferenciados de setor para setor e de região para região;
3. A aplicação do ganho real nos salários possibilita a ampliação do nível de rendimentos das famílias, que tem sido o pilar da melhoria da distribuição de renda e do mercado consumidor: isso ainda pode abreviar o atual período recessivo do ciclo econômico, porque possibilita a melhoria da distribuição de renda e dos níveis de consumo;
4. Os trabalhadores, que vinham tendo ganhos reais nos últimos anos (ainda que modestos), não irão aceitar perdas sem mobilização;
5. O aumento real médio dos salários, considerando os dados do Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese, desde 2008, tem se mostrado inferior ao crescimento da economia.
Assim, em um momento de crise e de ajuste, a organização pressiona pela defesa da renda (e do emprego), um dos pilares das melhorias sociais conquistadas no Brasil da última década, com importantes efeitos na economia brasileira como um todo.



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